terça-feira, 30 de agosto de 2016

be easy. 
take your time.
you are coming 
home.
to yourself.

- the becoming | wing 

nayyra.waheed

terça-feira, 9 de agosto de 2016

Porque, às vezes, o que chamamos de amor não passa de um amontoado de coisas velhas que não conseguimos jogar fora.

Marla de Queiroz

domingo, 7 de agosto de 2016

Estou com sede de mudanças, 
mas não quero arrastar os móveis,
nem desentortar os quadros. 
Quero desabitar meus hábitos.


Marla de Queiroz

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

"Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que por admiração se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles.
Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles.
Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque - a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras - e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração.
Como eles admiravam estarem juntos!
Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que, estava ali, no entanto. No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram. Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios. Tudo, tudo por não estarem mais distraídos."

Clarisse Lispector
Eu precisava de ti para as coisas sérias, tu de mim para as coisas do brincar.