quarta-feira, 28 de abril de 2010

Chocámos Tu e Eu

http://www.youtube.com/watch?v=ECjw2d-rFSY

Sei que não vais mudar dentro da ilusão,
mas queres parar por ser bom saber que há a minha mão para descansar,
para te esconder e não mostrar.

Vem, não vou perguntar se não queres dizer, ahh deixa ser,
o que é bom sentir, só mais uma vez quase sem tocar.
Para respirar, só mais uma vez. Quando eu não quis ver fui a deslizar,
quando ninguém quis parar, cresceu.
E então chocámos tu e eu, e então chocámos tu e eu.
Ahh, diz-me onde estás, vou ter aí. Já sem razão para desculpar,
já sem saber para onde ir, para te fugir, para me esquivar, não me destruir.
Quando eu não quis ver fui a deslizar, quando ninguém quis parar, cresceu.
E então chocámos tu e eu, e então chocámos tu e eu, e então chocámos tu e eu.

Hoje vais dizer que já não tens paz, hoje vens pedir para te ensinar.
quando ninguém viu, quando a chuva cai o rio cresceu, e então chocámos tu e eu.
e então chocámos tu e eu.
e então chocámos tu e eu.

Sei que não vais mudar e que eu vou partir,
eu quero alguém que me queira bem para me construir.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Psicanálise

Em cada homem, dez, ou mais ainda;
Em cada homem, nove disfarçados,
Em todos nove, na voz, amordaçados,
Do homem que convém palco e berlinda.

Uma porta da cave aferrolhada
A malícia do sono desmantelada:
Fugidos do segredo e da cancela,
Mostram os nove o dez igual a nada.

Depois de bem torcido e recalcado,
Sacode o dez a pele e os direitos,
Disfarçando, subtil, rugas e jeitos,
Do que foi o seu corpo analisado.

Velhaca mascarada, ou sem sentido
De sombras a fingir de corpos vivos,
Cicatrizes tapadas de adesivos,
O falso dez, o zero, o um perdido.

domingo, 18 de abril de 2010

Gosto...

De pequenos-almoços; de cafés na esplanada da praia; de olhares profundos; de dias de ronha; de lavar o cabelo; de meias-de-leite; de crianças a brincar; de sorrisos involuntários; de filmes inteligentemente sensíveis, brilhantemente inteligentes; das velhinhas à janela; de letras de musicas; de cozinhar para mim e para os outros; da cumplicidade; de poesia a qualquer hora do dia; de abraços sentidos e não falados; de compaixão pelo próximo; de pessoas que nos puxam para cima; de brincar; de me empiriquitar; de meloa, banana e romã; de me superar; do branco; de grávidas felizes; de sonhos reveladores; de mãos; de sítios com significados só meus; de nadar; de fazer surpresas com amor; de receber surpresas com amor; de espreitar as casas dos outros da rua; de floresssssssssssssss em todo o lado; de pinturas que nos trespassam a alma; da memória do João; da força interior redescoberta; da verdade; de dias só para mim; dos meus amigos do peito; de me comover quando sinto profundamente;...

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Um velho índio estava a falar com o seu neto e contava-lhe:

"Sinto-me como se tivesse dois lobos lutando no meu coração. Um é um lobo irritado, violento e vingativo. O outro está cheio de amor e compaixão."

O neto perguntou:

"Avô, diga-me, qual dos dois ganhará a luta no seu coração?"

O avô respondeu:

"Aquele que eu alimente."

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Oxalá te Veja

http://www.youtube.com/watch?v=KB6tG7hdOs4&feature=related

Tenho dores fechadas em caixinhas
Contra mim, contra ti, contra lá,
Contra os dias que passam, a meu lado

Tenho dores fechadas em caixinhas, contra aqui, contra ali, contra cá
Que me dizem, estou aqui, estamos lá

Ah diz-me la, diz me aqui
Oxalá, oxalá te veja a meu lado ao pé de mim

Tenho dores fechadas em caixinhas
Contra mim, contra ti, contra lá,
Contra os dias que passam, a meu lado

Tenho dores fechadas em caixinhas,
contra aqui, contra ali, contra cá
Mas que me dizem, estou aqui, estamos lá

Ah diz-me la, diz me aqui
Oxalá, oxalá te veja a meu lado ao pé de mim, ao pé de mim
Ah oxalá te veja ao meu lado
Oxalá te veja bem aqui
Ai oxalá te veja a meu lado
ao pé de mim, ao pé de mim.

Glória à Hermínia ao marceneiro e tais fadistas
Glória à ginjinha ao medronho e à revista,
Glória à Hermínia,
Glória
à Hermínia ao marceneiro e tais fadistas,
à ginjinha ao medronho e à revista

Contra mim, contra ti, contra lá
Contra aqui, contra ali, contra cá
Contra mim, contra ti, contra lá,
Contra mim, contra ti, contra lá
E já voltei, como prometido!

Cheia de brilho novo nos olhos e com a eterna ferida a sarar bem.

Uma limpeza a seco da alma era inevitável. Cuidei disso e agora eis-me de volta ao meu pequeno/gigante espaço!

Já sou outra e ainda a mesma.

Até já!